sexta-feira, 13 de abril de 2012

Piropos masculinos


Piropos masculinos:
(hoje apeteceu-me escrever sobre isto!)

Se no INE (Instituto Nacional de Estatística) não houvesse muito o que fazer, provávelmente fariam um estudo sobre os piropos masculinos. Qual a frequência, a predominância, o género, etc; e eu ia gostar de ler!
È um fenómeno tão pouco divulgado quanto pátético, que desconfio que não se fala sobre isso entre os homens, e entre as mulheres concluímos que não merece nem reflexão, é assim como a tampa da sanita levantada, não há “volta a dar-lhe”.
Às vezesnão ligo, dilui-se no emaranhado de situações que, pela manhâ se repetem enquanto luto para manter o passo apressado e os olhos abertos.
Eles (sim porque é do género masculino que falo), vêm-nos ao longe, caminhando no mesmo passeio, adoptam aquele ar de quem está a pensar na vida, olham para o chão, para os lados, aproximam-se despreocupadamente…
E é então que o fenômeno se dá: há um momento, quase uma fracção de segundo, que é exactamente quando a figura sai do ângulo mais inclinado do meu campo visual, e que corresponde á posição em que alguma vêz estará mais próximo fisicamente do meu ouvido, e zás! Num impulso incontrolável que lhes deve sair das entranhas, do coração ou de outro lado qualquer, atiram com “aquilo”.
Ás vezes muito baixinho, quase como um segredo tímido ouço um :  - Princesa…, mas 99% das vezes (por isso é que eu gostava de ter as estatísticas) é absolutamente imperceptível, qualquer coisa paracedo com: - Grlhsllsq !. São grunhidos, cuspidos e vomitados como um donut mal mastigado, ou  o grulhar de um perú, estão a ver?
Fogosidade matinal? é pela manhâ que este espécime se encontra mais inspirado; eu acredito que em alguns casos seja um vício, como fumar um cigarro – está incutido, apetece - faz-se! (diz-se).
Eu já ouvi de tudo, há os inocentes: - Biscoitinho!, - Oh coisa linda!,  - Benditos paizinhos; os mal pensados: - Deixa-me dar uma volta nos teus brincos!; os promissores: - Levava-te ao altar!; os inconclusivos:  - Era, era….!; mas infelizmente a grande maioria (as estatísticas davam mesmo jeito), vocifera obscenidades! Das básicas ás impensáveis, sempre em tom de segredo ou extase pré-orgásmico contido.
Acredito também que o homem tem uma característica mesmo única no seu género, que o leva a fazê-lo; o impulso consegue sobrepôr-se á frustração de saber que não vai obter resposta, numa atitude quase de “perdido por cem, perdido por mil”. Garanto que nenhuma  mulher o faria! 
E se as mulheres respondessem? Já muitas o devem ter feito em repúdio, mas, e se respondessem com o maior dos agrados? Acho q a reacção geral seria a surpresa congelante, e no minuto seguinte viravam as costas e seguiriam a pensar: - Esta não presta! Só pode estar avariada! Ou reacções idênticas ao “scketch” dos Gato Fedorento, em que o Ricardo diz:  - O que tu queres sei eu! http://br.youtube.com/watch?v=m4ZMmFSzCZY
Agora, dá para imaginar uma inversão de papéis? Se as mulheres passassem a fazer o mesmo? Não, Nada disso! elogiar um homem é muito perigoso, eles levam-nos demasiado a sério; não queremos aumentar o número de metrosexuais, eles demoram mais tempo do que nós a “arranjar-se”; e quebrava-se a magia, as mulheres iam falar disso a toda a hora, haveria estatístiacas nas revistas femininas,,,,,,,,provávelmente haveria um desequilíbrio capaz de deslocar o eixo magnético da terra.