Piropos
masculinos:
(hoje
apeteceu-me escrever sobre isto!)
Se
no INE (Instituto Nacional de Estatística) não houvesse muito o que fazer,
provávelmente fariam um estudo sobre os piropos masculinos. Qual a frequência,
a predominância, o género, etc; e eu ia gostar de ler!
È
um fenómeno tão pouco divulgado quanto pátético, que desconfio que não se fala
sobre isso entre os homens, e entre as mulheres concluímos que não merece nem
reflexão, é assim como a tampa da sanita levantada, não há “volta a dar-lhe”.
Às
vezesnão ligo, dilui-se no emaranhado de situações que, pela manhâ se repetem
enquanto luto para manter o passo apressado e os olhos abertos.
Eles
(sim porque é do género masculino que falo), vêm-nos ao longe, caminhando no
mesmo passeio, adoptam aquele ar de quem está a pensar na vida, olham para o
chão, para os lados, aproximam-se despreocupadamente…
E
é então que o fenômeno se dá: há um momento, quase uma fracção de segundo, que
é exactamente quando a figura sai do ângulo mais inclinado do meu campo visual,
e que corresponde á posição em que alguma vêz estará mais próximo fisicamente
do meu ouvido, e zás! Num impulso incontrolável que lhes deve sair das
entranhas, do coração ou de outro lado qualquer, atiram com “aquilo”.
Ás
vezes muito baixinho, quase como um segredo tímido ouço um : - Princesa…, mas 99% das vezes (por isso é
que eu gostava de ter as estatísticas) é absolutamente imperceptível, qualquer
coisa paracedo com: - Grlhsllsq !. São grunhidos, cuspidos e vomitados como um
donut mal mastigado, ou o grulhar de um
perú, estão a ver?
Fogosidade
matinal? é pela manhâ que este espécime se encontra mais inspirado; eu acredito
que em alguns casos seja um vício, como fumar um cigarro – está incutido,
apetece - faz-se! (diz-se).
Eu
já ouvi de tudo, há os inocentes: - Biscoitinho!, - Oh coisa linda!, - Benditos paizinhos; os mal pensados: -
Deixa-me dar uma volta nos teus brincos!; os promissores: - Levava-te ao
altar!; os inconclusivos: - Era,
era….!; mas infelizmente a grande maioria (as estatísticas davam mesmo jeito),
vocifera obscenidades! Das básicas ás impensáveis, sempre em tom de segredo ou
extase pré-orgásmico contido.
Acredito
também que o homem tem uma característica mesmo única no seu género, que o leva
a fazê-lo; o impulso consegue sobrepôr-se á frustração de saber que não vai
obter resposta, numa atitude quase de “perdido por cem, perdido por mil”.
Garanto que nenhuma mulher o
faria!
E
se as mulheres respondessem? Já muitas o devem ter feito em repúdio, mas, e se
respondessem com o maior dos agrados? Acho q a reacção geral seria a surpresa
congelante, e no minuto seguinte viravam as costas e seguiriam a pensar: - Esta
não presta! Só pode estar avariada! Ou reacções idênticas ao “scketch” dos Gato
Fedorento, em que o Ricardo diz: - O
que tu queres sei eu! http://br.youtube.com/watch?v=m4ZMmFSzCZY
Agora,
dá para imaginar uma inversão de papéis? Se as mulheres passassem a fazer o
mesmo? Não, Nada disso! elogiar um homem é muito perigoso, eles levam-nos
demasiado a sério; não queremos aumentar o número de metrosexuais, eles demoram
mais tempo do que nós a “arranjar-se”; e quebrava-se a magia, as mulheres iam
falar disso a toda a hora, haveria estatístiacas nas revistas femininas,,,,,,,,provávelmente
haveria um desequilíbrio capaz de deslocar o eixo magnético da terra.